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Gaiola, sua liberdade.

           

Ela foi embora, levando tudo seu que podia levar, quase que como um vendaval. De "tudo", ainda sobrou um pouco de esperança, o resto, nem encontrou.

Mariana era livre, precisava de liberdade, era tudo que sabia sobre si. Foi quando desfez suas malas, fez-las novamente e partiu. Sempre estava indo e vindo de algum lugar. Necessitava partir novamente, à procura da felicidade ou sabe-se lá do quê, alguma coisa tinha que encontrar.

Acontece que sempre que partia não chegava a lugar algum. Faltava-lhe alguma coisa, algum pedaço deixado pelo caminho. Impossível não deixar nada. De tanto ir e vir, já havia deixado demais.

Mas partia mesmo assim, não olhava para trás. Ninguém a prendia, nem mesmo quem  lhe pedia pra ficar. Tal sentimento era tão intenso que precisava vivê-lo sozinha, bem longe, livre de quaisquer amarras, sem destino, como o ar.

Não percebera que estaria sempre presa e que a qualquer lugar que fosse, seria sempre assim. Andariam sempre juntas, ela e sua liberdade, gaiola de quem tanto temia, gaiola que ela própria construiu. 

A.C.N.A

2 comentários:

Breno S. Amorim disse...

Ótimo texto!

Ana disse...

Obrigada!

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Ela escrevia...

Ela escrevia...
E esquecia do mundo.

Em sintonia...