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Memórias de um reencontro não acontecido!


Brígida distraiu-se de seus afazeres e começou a pensar nele. De repente, surgiram em pensamento, sua imagem e seu semblante ao reencontrá-lo! Até podia ver seus olhos brilharem, um sorriso surgir em sua face, e uma correspondência dele através de outro sorriso! Ficava imaginando: Só imaginando a intensidade do abraço, da emoção. Imaginando, enquanto arriscava visualizar como ele reagiria a tudo isso. Buscava nas lembranças a sensação do tão esperado encontro, ou desencontro. Só saberia mais adiante. Temia que a distância houvesse fragmentado os elos que os ligavam. Encontrou tantas coisas lindas por  onde andou!  Queria que ele tivesse visto tudo aquilo.

Apenas por um instante, passou a imaginar-se tal qual as águas límpidas, sem precisar esconder o que  lhe fazia bem: que ficava feliz até quando apenas conversavam. E queria tanto sentir que era recíproco, mas acordou. Acordou e viu que se tratavam apenas de “memórias”,  ‘memórias de um reencontro não acontecido’,  que talvez nem viesse a  acontecer, mas que era verídico, seria sempre verídico, mesmo que apenas em seus pensamentos, disso ela tinha certeza.

Erick jamais imaginou que Brígida se pusesse a  pensar em todas essas coisas. Ele era prático, ela era sonhadora. Ele era menino, ela aprendera com ele a ser também. Eles eram cúmplices, cúmplices do nada. Do nada, que para eles significava muito. Sim, e era recíproco. Talvez Brígida nunca chegasse a saber, mas era recíproco. Erick nunca tivera alguém assim:  tão cheia de mistério, tão encantadora, e tão livre. Brígida nunca tivera alguém assim:  tão envolto de simplicidade, tão atencioso e tão livre.

Eles eram livres, presos apenas pela vontade de permanecer. O que mais possuíam em comum era justamente o que os separava. Quando Erick viu Brígida pela última vez, não pronunciou muitas coisas. Brígida,  mas econômica ainda, respondeu apenas com um olhar.  No fundo ela sabia: Ambos tinham por natureza, a de  ser vento, e por conseqüência, a arte de voar.

A.C.N.A

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Ela escrevia...

Ela escrevia...
E esquecia do mundo.

Em sintonia...