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Quando falei de descobertas, e mudanças.

No silêncio do entardecer,  Brígida voltou -se à  seu interior, talvez para rever conceitos, para organizar idéias ou quem sabe até desorganizá-las. Parou por um momento para tentar entender de onde vinha a força, de como os problemas, as pedras no caminho, iam se solidificando e transformando-se em degraus. Degraus que subia sem destino. Quem sabe, vendo uma luz, deixando para trás sorrisos e lágrimas. Degraus que sabia que deveria subir mais que tantas vezes lhe traziam a vontade de voltar. Voltar a ser aquela criança, a ter a mesma inocência. Mas a visão já não era mais a mesma, o mundo e as experiências adquiridas nele a tornavam cada vez mais clara, e nem sempre isso trazia contentamento. 



Nem sempre ver as coisas mais claras significava vê-las melhor. Quem sabe as quisesse do seu jeito, como pensou e sonhou que fossem, e não como se mostravam para ela agora. Relembrava de tudo que entrou em contato consigo. Das pessoas que conheceu, dos caminhos por onde andou, das verdades que escutou e das mentiras também. Viu que tudo isso lhe acompanhava, fazia parte de si, como uma vestimenta.


Às vezes, na busca por dias amenos, pensava em se distanciar de tudo que a rodeava, mas depois percebia  que era impossível, pois tudo já lhe era intrínseco, lhe acompanharia a qualquer lugar que fosse. 


É a roda da vida, pensava ela. Tudo aquilo que passa por nós, nos marca de alguma forma. Deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.  Por isso mudamos, precisamos mudar, mudaremos mesmo que não queiramos.
A.C.N.A

1 comentários:

Carolina Plinta disse...

:D

Olá, Ana!

É um prazer tê-la no meu cantinho, saiba que tbém curti mto o seu blog, vc escreve com bastante verdade e intensidade! Eu adoro "arriscar" escrever, mas a falta de tempo têm me impedido ultimamente... Mas enfim,estou me organizando novamente hehe

Obrigada e sucesso pra nós!

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Ela escrevia...

Ela escrevia...
E esquecia do mundo.

Em sintonia...