...

E deixa o vento levar.



Sentia um vazio enorme, quisera saber de onde vinha aquilo, ao mesmo que tempo que tentava deixar pra trás, pois aprendera com as experiências adquiridas no decorrer dos anos que o melhor a se fazer é seguir, sempre. Brígida, meio pálida e atordoada, balançava-se na cadeira de madeira  que ficava em frente a janela de seu quarto dando acesso às ruas de San Diego, e olhava aquelas pessoas que passavam subitamente. Apreciava imaginar como era a vida delas, quem as esperava quando chegavam em casa, se tinham muitos amigos, porque eram tão apressadas, enfim, distraia-se tanto que  esquecia de sua própria vida. Gostava disso, de esquecer um pouco. Sempre foi muito do dever-ser, procurava não pensar em como as coisas poderiam ter sido diferentes. Acreditava em um propósito maior para tudo, por isso mostrava-se tão calma e paciente à quase tudo que lhe sucedia. Apenas em alguns momentos, como este, quando lembrava de alguns fatos que, com o tempo tornaram-se apenas silêncio, sentia-se meio perdida e confusa, mas, depois de uns minutos, erguia a cabeça e direcionava o olhar para as coisas boas que possuía, e agradecia a Deus por quem tinha, por cada passo dado e pelos obstáculos enfrentados, deixando ao vento então, todos os acontecimentos do passado. Não podia mais modificá-los, e nem queria. Era um novo dia.

A.C.N.A

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Ela escrevia...

Ela escrevia...
E esquecia do mundo.

Em sintonia...