Sobre retorno e outras coisas.
Um dia já não eram os mesmos quadros, nem as mesmas cortinas, tão pouco, os mesmos raios de sol. Os amores foram embora, os amigos mandaram lembranças e seguiram seu caminho. As bonecas na prateleira, fechavam os olhos, e os livros, conversavam sozinhos. Um dia, naquele quarto empoeirado, o tempo esqueceu-se de mim, e esqueci-me do tempo, do vento lá fora, de quem fui até ali.
Outro dia, depois de muitos outros, o vento tomou-me em dança, e flores, enfeitaram meu jardim. Tranquei a porta do quarto, fiquei do lado de fora, prometi em quatro versos: nunca mais retorno aqui.
Mais dias foram passando, um, dois, três anos, enfim. Bateram forte na porta, vinha um som do outro lado, perguntando: alguém ai?
Pernas tremendo, algum receio, coração batendo, olhei de relance, abri. Eram as doces lembranças que a poeira de outrora já não me permitira sentir. Entrei, troquei as cortinas, abri as janelas, limpei a bagunça e sorri. Dancei com o vento, beijei meu solo, só então, respondi: depois de tanto tempo, sou eu, acredite e não duvide, voltei, estou aqui!
A.C.N.A
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Máquina do tempo.
"As estrelas são todas iluminadas ... Não será para que cada um possa um dia encontrar a sua ?"
(O pequeno príncipe).
...

Introspectiva(mente)...
De inútil que é a discutir com outras mentes, optou por escrever, e pelo silêncio, e pelo grande barulho que este provoca dentro de si mesma.
Porque é tão díficil montar um quebra-cabeças com as peças que cada um possui .... Porque no espelho, encontra quem mais lhe conhece...
E de tanta intimidade, ora transforma-se no que escreve, ora escreve o que a descreve.
A.C.N.A
Ela escrevia...

E esquecia do mundo.
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